quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tara - Ana Paula Lisboa

Nutro uma paixão, nada secreta, por poetas.
Homens e mulheres.
Minha tara é puramente antropofágica.
Eu adoraria come-los e adoraria mais ainda dar pra eles.
Esses poetas contemporâneos têm o poder de deixar a
Minha respiração ofegante e fazem com que as minhas coxas se
Contraiam, uma contra outra.
Outro dia cantarolei o mesmo verso de um desses
O dia todo,
Baixinho no ônibus de manhã e depois gritando no chuveiro à noite.
Um poeta me obrigou a roubar.
Roubei um beijo dele e depois lhe disse baixinho
No ouvido mentiras obscenas.
Como castigo nunca mais dormi um sono tranqüilo,
Fico a noite toda com os poemas dele na cabeça.

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