Não sou obrigada a nada, e me obrigo a não ser obrigada!
Não sou obrigada a tomar banho, pentear o cabelo, escovar os
dentes.
Não sou obrigada a sair e nem a ficar.
Não sou obrigada a votar no Freixo, não sou obrigada a me
especializar em alguma especialidade.
Me obrigo a escrever... mas não sou obrigada a ter certezas
nem duvidas e nem a fazer da minha escrita uma coisa que faça sentido pra você.
Não sou obrigada a falar, a calar, acordar cedo ou dormir
tarde. Não sou obrigada a beber, a fumar, a ler, a te amar...
Não, não me obrigue a falar de amor.
Pronto, falei. E já que falei então não sou obrigada a
parar. Não me obrigue a te querer, por favor, não me obrigue a ser engraçada
quando estou contigo, porque minhas piadas são péssimas. Nem me obrigue a rir
das suas piadas, das confusões que você faz com a ordem dos meses do ano.
Não me obrigue a desconstruir meu discurso sobre felicidade
e liberdade que a vida me obrigou a construir.
Não me obrigue a nada, porque não posso ser obrigada.