segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Já faz tempo - Ana Paula Lisboa


Ouço sempre as mesmas poesias.
Leio sempre as mesmas poesias e, principalmente,
Escrevo sempre as mesmas poesias.
Faço assim:
Imagino os seus ouvidos com a minha voz não-rouca,
Os meus cabelos crespos envoltos na sua mão grande,
Os meus pés gelados nas suas pernas quentes.
Nada é natural, mas indiscriminadamente,
Escrevo sempre as mesmas poesias.

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