sexta-feira, 18 de junho de 2010

" A morte é a inventora de Deus"

Pausa. É só notícia. José Saramago morreu hoje... Como eu não saberia escrever nada que pudesse chegar a homenagia-lo (pois ele é - ou era?- tão maior) vou ficar em silencio.
Deixarei que ele fale:

"Nada há que seja verdadeiramente livre nem suficientemente democrático. Não tenhamos ilusões, a internet não veio para salvar o mundo."

"Eu sou um comunista hormonal, meu corpo contém hormônios que fazem crescer minha barba e outros que me tornam um comunista. Mudar, para quê? Eu ficaria envergonhado, eu não quero me tornar outra pessoa."

"Se eu pudesse repetir minha infância, a repetiria exatamente como foi, com a pobreza, com o frio, pouca comida, com as moscas e os porcos, tudo aquilo."

"Não sou pessimista. O mundo é que é péssimo."

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara"

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."


No coração, talvez

No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.

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