quarta-feira, 23 de junho de 2010

Úlcera - Ana Paula Lisboa

Da cor do ébano, agradável aos olhos e
Escreve ainda.
Tão completa e complexada.
De versos livres e poucos,
Exacerbadamente prolixos.
Muitas vezes fastidiosos
Mas sempre festeiros.
Em todo o tempo enfatizados pelo não,
Quase sempre pelo talvez e
Jamais pelo sim.
Nunca o sim verdadeiro e verdejante.
Pode-se ouvir, ao longe, um uivo
Melancólico e sublime,
Enfadonho.
Dor de uma úlcera profunda
E quase parnasiana.

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