As Palavras não param de chegar.
De olhos fechados ou abertos.
Dormindo ou sonâmbula.
Em pé e também sentada.
Na aula ou tomando banho.
Elas vêm. De todos os lados.
Por todos os lábios.
E falam alto, bem aqui dentro.
Estão conectadas diretamente a minha
Mão direita, Palavra.
Procura a caneta e o papel com
Uma rapidez espantosa.
E ai de mim se eles não estiverem por perto!
Elas se revoltam, gritam cada
Vez mais alto, e
Não param até que seu desejo
Seja satisfeito.
E eu as fico admirando,
Babando pela coreografia no papel,
Contemporânea.
De vez em quando uma ou outra se destaca.
Eu dou lugar e ela faz um solo.
Vira a primeira bailarina.
Minhas palavras não sabem cantar.
Eu invejo quem sabe fazer palavra
Virar musica.
Mas elas dançam bonito, não
Me deixam envergonhada.
Eu amo minhas palavras, apesar de odiá-las.
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