sexta-feira, 7 de maio de 2010

Monólogo - Ana Paula Lisboa

Que Fé é essa de que tanto falas?
Que Amor é esse que tanto indagas?
Que sentimentos sublimes são esses que tanto persegues,
Não somente tu, mas toda a Humanidade?
Pessimista estou, não sou, ,mas estou!

Me fale mais sobre as flores...
Elas cheiram bem?
Que gosto tem?
Você as tocou?

A minha Fé foi abalada,
E não por tua causa,
Quase extirpada, escassa.
Mas eu ainda me lembro.
Eu ainda estou aqui e Ele sempre está lá.
Lá não, aqui.

Perdão requer arrependimento e
Eu ainda não me arrependo.
Ainda.
Ele sabe de tudo mesmo,
De tudo o que se passa.
E só por lembrar disso a
Minha Fé não se acaba.

Poderão um dia viver em
União almas distintas?
Católicos e Protestantes?
Negros e Brancos?
Injustos e Justos?

Eu vivo junto dos poucos
Que me são iguais.
Contudo os diferentes me encantam,
Me apaixonam e me chamam
Para morar com eles.

E aí eu fico assim...
Um pé lá e outro cá...
Que nem biscoito meio a meio.
Recheada de Desejos e de Memórias.
Com os pés nas nuvens,
E a cabeça presa ao chão!

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