sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estiada - Ana Paula Lisboa

Uma estiagem longa acontece em minha cidade.
Há tempos não chove.
As plantas secaram...
O Rio parou de correr...
Caminha lentamente como um velho.
De vez em quando nubla
Nuvens negras e carregadas.
No inicio quando eu as via meu
Coração se enchia de esperança.
Eu voltava a ser menino que espera
O fim de semana chegar.
Mas eu cansei de esperar,
Nunca acontece nada,
Nunca chove!
O tempo me deixou mais seca que o solo.
Sempre ele!
Amarraram-me as mãos e os pés.
Ataram-me uma pedra no pescoço.
Mas não havia Rio profundo o suficiente
Para me atirar.
A minha tristeza é a do pescador que
Vê o seu ganha-pão morrer e nada pode fazer.
A minha tristeza é a das crianças que em outrora
Comiam fruta do pé e agora não tem arvore pra subir

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