terça-feira, 20 de abril de 2010

Poema da falta de luz- Ana Paula Lisboa

À noite todo os gatos são pardos.
Quem me dera...
A noite é dos amantes.
Quem me dera...
A noite é dos bêbados.
Quem dera...

O escuro me pertence, me persegue,
Me acompanha.
O escuro está sempre próximo a mim.

Que farei, pois, no escuro?
Escreverei, ora essa...
Escreverei a luz de velas
Como os companheiros de outrora.

A luz se foi, mas deixou estrelas.
Quem falou que podia ouvir estrelas?
Um louco apaixonado, por certo.
E eu as fico mirando, esperando que
Digam algo.
Cruzeiro do Sul, me mostre o caminho!

Vou acabar cansando e dormindo.
A vela vai cair, vai queimar o colchão,
Vai queimar a casa toda.
Desculpe, escapou. Falei demais...

Tudo bem...
A noite nunca dura para sempre e
A falta de luz também não.
Basta de noites escuras, basta de Lobos.

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