quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resposta - Ana Paula Lisboa

Quem me dera poder responder a
Altura do som que mereces.
Mas não teriam vozes suficientes no mundo.
Não poderia atinar vocábulo em qualquer língua existente.
E tão pouco o uivo mais triste de um lobo sem matilha
Descreveria minha humilde resposta.

Queria escrever-te um poema parnasiano, onde
A forma importa bem mais que o pranto.
Mas o teu querer me encanta mais que tua forma.

Quem sabe um soneto escrever-te?
Não, sonetos são de amor.
Não posso atrever-me a declarar que amo,
Seria muito para mim e para vossa mercê.
Mas amo o que escreves.
Amo a sutileza do que leio com o coração na boca.
Uma vez logo pela manhã, e depois milhares de vezes
Durante vários dias.

Caríssimo, se é que posso assim chamar-te,
Não negue-me nada, não mate-me nada.
Nossa forma é clara.
Implicante e dissimulada.
Dialógica.

Pois só escrevo por que me mandas.
Somente sonho, pois ouço
Tua voz todas as noites.
Viciei-me em ti.
Oh, meu Deus! O que digo?!
Declarei-me a ti?
Disse a ti o quanto desejo-te?
Louca que sou...
Perdoe-me se bebo, se enlouqueço...

Mas ainda assim minha resposta
É curva e insegura.
E não se compara ao tamanho dos teus versos para mim.

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