Meus dentes se trancam, minha testa franze, mordo os lábios, a cabeça dói e a insônia, antes inexistente, tem se tornado constante. As noites não são mais como antes.
E penso se vale a pena tudo isso...de que adiante para os outros querer me entender, me decifrar?
E depois que eu morrer vai ser pior: vão criar varias teorias psicológicas, vão encontrar motivos, levantar suspeitas e vão escrever criticas.
Que pretensão a minha...dá até vontade de rir... Ninguém vai ler. Eu mesma daqui a algum tempo vou odiar tudo isso.
Deixo claro que não escrevo para ser entendida, sou mulher e isso para mim é algo ininteligível.
Escrever não me traz sono e não e deixa tranqüila. Escrever me traz agonia, inquietude, devaneio e dor de barriga.
Eu só escrevo porque não sei falar. Nasci muda para coisas inimagináveis.
E às vezes eu falo porque ainda não aprendi a escrever. Quem sabe um dia.
Escrevo mentiras que são verdadeiras e verdades que não passam de mentiras.E não vai adiantar perguntar o que é o que, eu não vou dizer. Só tenho um cúmplice nessa vida. Ele me disse que assumiria o risco até o ultimo suspiro do segredo.
E ainda que eu te contasse teria que matá-lo depois,ou antes, suicídios seriam cometidos. Não agüentariam o peso de guardar meus segredos, minhas mentiras e minhas verdades, meus medos, minhas dores, meus amores e meu desejos. Segurar minhas alegrias gigantescas e os dias de carência aguda. Escolhi pessoas a dedo paras esses momentos. Mas escrever eu escrevo para todo o mundo. Culpa daquele menino mal humorado que só me encoraja a fazer besteira. Umas delas é escrever.
Um dia eu venço essa fome, esse desejo incontrolável de falar o que não devo. Aí eu paro. Duvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário